o que podemos fazer!
O Rio
São Francisco está
habituado a enfrentar períodos de secas, que de tempos em tempos se
abatem no Nordeste. Nos últimos dois anos, estamos vivendo um desses
ciclos de estiagem. Desde 2013 a chuva vem muito abaixo do normal e
os reservatórios entraram em queda livre. Sobradinho, o maior reservatório do
rio, tem atualmente apenas 2% de seu volume útil. Somados, os reservatórios do
Nordeste não passam de 5% do volume útil.
O
problema é que a seca, que já afeta cidades, agricultores e a geração de
energia elétrica, tem tudo para piorar em 2016. A formação do El Niño faz com que o Nordeste brasileiro
fique mais seco do que o habitual.
Ou seja, a expectativa é que o período de chuvas, que começou neste mês, não
traga tantas águas quanto o necessário. Isso deve trazer ainda mais pressão – e
criar conflitos pela água na região.
Segundo
Anivaldo Miranda, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São
Francisco, são conflitos gerados por interesses legítimos – afinal, todos têm
direito a água. "A situação está crítica especialmente em Sobradinho, e
resulta em uma crise complexa. Isso porque quem está antes do reservatório quer
quer acumule mais água, e quem está depois, quer que libere mais água. Essa é a
raiz de muitos conflitos."
A
água do Rio São Francisco tem múltiplos usos. Ela serve para abastecimento humano, irrigação e
agricultura, transporte por hidrovias. Mas seu uso preponderante é para a
geração hidrelétrica. A seca fez com a Agência Nacional das Águas (ANA)
aprovasse sucessivas reduções na quantidade de água que os reservatórios como o
de Sobradinho ou Três Marias liberam para o rio. Antes da seca, essa vazão era
de 1.300 metros cúbicos por segundo. Atualmente, ela está em 800 metros cúbicos
por segundo. Sem isso, o lago de Sobradinho poderá chegar ao volume morto. Ele
não secará, mas não será possível gerar energia, exigindo a compra de
eletricidade mais cara no Sistema Integrado Nacional.
FONTE: ÉPOCA